quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

ALMANHAC // Azeite no Brasil? Nem pensar – disse a realeza

Rosualdo Rodrigues
Colunista de Variedades do Gastronomix

De azeite brasileiro a gente quase não ouve falar, mas ele existe sim. Pouco, mas existe. Estima-se que cerca de 500 hectares de oliveiras sejam cultivados hoje, no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais.

Isso, portanto, contraria a afirmação de que nossos solo e clima não são propícios à cultura dessa árvore. Curioso é entender como foi que essa ideia infundada foi plantada em nossa cabecinha tupiniquim.
Foi assim: no Brasil colônia, europeus trouxeram para cá mudas de oliveiras, que eram plantadas principalmente nas proximidades de igrejas e capelas, por causa do simbolismo cristão da planta — lembra aquela coisa bíblica de jardim das oliveiras e tal, né?

Então: as arvorezinhas começaram a dar que era uma beleza e aí começou-se a produzir azeite por aqui. Mas, quando a corte portuguesa soube da novidade, não ficou nada satisfeita.

A preocupação era que a colônia se tornasse um concorrente de Portugal, que começou a produzir azeite no século 13 e, pouco depois, já exportava o produto para os países do norte europeu.

E como quem mandava na coisa era mesmo a família real, achou-se por bem mandar derrubar tudo quanto era oliveira que havia nas terras do pau-brasil. Ou seja, o “mal” foi cortado, literalmente, pela raiz e não se falou mais nisso.
 A planta só voltou a ser vista por aqui a partir de 1945, por conta dos imigrantes europeus que vieram para cá fugindo da Segunda Guerra Mundial. E aí, aos poucos, a produção foi sendo retomada.

A previsão para 2017 era de que, só em Minas Gerais, fossem produzidos 40 mil litros de azeite. E olha: o setor tem registrado aumento de 15% ao ano. Uau! Bacana. Só vamos ter cuidado com o qualidade do produto. Olha o teste do Proteste!

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